sábado, 15 de dezembro de 2012

Devo ser uma mãe muito má

Oiço amigas e desconhecidas, leio por este blogue ou aquele, sobre as birras das suas crianças, dos seus caprichos, das suas manias.

Eu devo ser uma mãe muito exigente. Birras e choradeiras comigo não resultam. Se grita e chora, não leva o que quer. Tem que pedir com educação e agradecer. Sempre que tentou bater foi parar ao castigo; sempre que grita, viramos costas; sempre que decide, porque sim, fazer algo que não deve, paramos logo com a brincadeira e, se necessário, explicamos o porquê. Come sempre à mesa, lava sempre as mãos, toma sempre banho e veste o pijama para dormir. Sem excepções. O meu marido tenta fazer o mesmo mas sucumbe mais às chantagens emocionais dela.

Claro que se chora porque lhe dói algo ou se assustou, leva os devidos mimos e chora tudo o que quiser. Da mesma forma que, se grita porque está a cantar e a brincar não lhe dizemos nada. Se decide fazer chafurdice com água e até mesmo tinta (desde que nao manche paredes e alcatifas) pode fazê-lo. Se se suja toda com a comida (desde que não seja de proposito) nem dizemos nada.

O que é um facto é que a podemos levar a restaurante, museus, às compras, sem passar vergonhas.

Claro que não é perfeita e está sempre a tentar puxar os limites. Faz parte do crescimento e é bom sinal. Ainda agora tive que ir várias vezes ao quarto dela para a acalmar. Mas não fico no quarto até que adormeça, digo duas palavras e saio e ela adormece sozinha; mesmo que tenha que 'ler' um livro antes de adormecer. A livros nunca dizemos não.

Podem dizer que são demasiadas regras e as crianças precisam de liberdade. ela tem a liberdade de brincar com o que quer, tem mimos constantes (mais do que ela gostaria); tem a nossa atenção, brincamos com ela, é incluida em tudo o que fazemos. Mas tem que aprender o que é certo e errado. Há muitos estudos que dizem, e observo isso frequentemente, que as crianças são mais felizes quando têm limites, quando são ensinadas e guiadas a fazer o que é certo. E vejo isso na minha filha.

Há programas de t.v. em que filhos de todas as idades chamam nomes às mães, batem-lhes e até as ameaçam com facas. Tudo porque não lhes foram impostos limites. Não é aceitável. Claro que nem todos chegam a esses extremos, mas mesmo assim causam muito dissabores. Pais que não saem de casa, não podem deixar as crianças con ninguém, que desmancham mobilia porque os filhos passam o dia a trepar.

Ouvi uma vez alguém dizer a uma grávida que tinha muitas bugigangas em casa: "Vão ter que tirar tudo das prateleiras". Ela respondeu: "Não, simplesmente vamos ensiná-lo a não mexer". Não podia concordar mais.

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