sexta-feira, 23 de março de 2012

Só nós é que sabemos

Ao falar com uma colega sobre o que passámos (e eu ainda passo) durante o doutoramento, ela disse, e repetiu várias vezes, que quem não fez um (principalmente baseado em instrumentos e experiencias de laboratório), nunca poderá entender a dificuldade, stress, pressão e por vezes (muitas vezes) desespero pelos quais passamos. Isso leva a situações de imensa tensão e até ao fim de relações.

Acho que ela tem muita razão. Mesmo ao fim de 6 anos de toda a tortura acima descrita e de todo o apoio que me foi dado, os que me estão próximos nunca entenderam realmente a carga brutal que o doutoramento exerceu, e ainda exerce, em mim.

Aposto que haverá muita gente a dizer que até nem é assim tão mau, mas essas pessoas provavelmente não tiveram os mesmos problemas que eu e muitos dos meus colegas tivemos com instrumentos a não funcionar, experiencias repetidamente falhadas e falta de orientação de quem tem essa obrigação.

Quem passou pelo mesmo e não tem filhos, muitas vezes me pergunta se e mais fácil dar à luz ou fazer um doutoramento. Dar à luz, mesmo sem qualquer tipo de anestesia ou droga, é muito mais fácil, dura menos, e o resultado é o mais gratificante que se pode ter.

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